Jain et al (2009) registraram as características clinicas de pacientes com influenza H1N1 hospitalizados pelo menos 24 horas após o início dos sintomas, nos EUA. O estudo incluiu dados demográficos, história de vacinação, condição médica subjacente, sinais e sintomas, testes laboratoriais, radiografias e tratamento, comparando-se pacients que deram entrada em UTIs ou morreram, e pacientes que não precisaram de terapia intensiva. 13.217 casos de influenza A H1N1 (pandêmica) foram notificados ao CDC no periodo, dos quais 1.082 foram hospitalizados. Destes, 272 pacientes (casos iniciais) foram incluídos no citado estudo. A mediana das idades dos pacientes estudados foi de 21 anos (faixa de 21 dias a 86 anos). Febre e tosse foram os sintomas predominantes, seguidos de diarréia ou vômito (42% das crianças e 37% dos adultos). Aproximadamente ¾ dos pacientes hospitalizados apresentavam uma condição médica subjacente, sendo asma a mais comum em crianças e adultos. 20% das crianças e 9% dos adultos apresentavam transtornos neurocognitivos, neuromusculares ou convulsões. 18 dos pacientes eram grávidas, 4 tinham asma e 2, diabetes. 29% e 30% das crianças eram obesos, com 26 adultos sendo morbidamente obesos. 40% dos pacientes apresentaram pneumonia (R-X).
Dos 268 pacientes, 200 (75%) receberam terapia antiviral que incluiu um inibidor de neuraminidase. A mediana do tempo de início desta terapia foi de 3 dia a partir do início dos sintomas (faixa de 0–29 dias). 79% dos pacientes receberam antibióticos. De 272 pacientes, 67 (25%) foram admitidos em UTIs e 19 (7%) morreram. Destes 67 pacientes, (mediana das idades, 29 anos), 45 tinham uma condição médica subjacente, 42 necessitaram de ventilação mecânica, 24 tinham síndrome de estresse agudo respiratório, e 21 tinham sepsis. Dos 19 pacientes que morreram (mediana das idades, 26 anos; mediana do início da doença ao óbito, 15 dias), 13 tinham condição médica subjacente, tais como doença neurológica, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, ou gravidez. A mediana do tempo de início da terapia antiviral nestes pacientes foi de 8 dias. Todos os pacientes que receberam terapia antiviral nas primeiras 48 horas sobreviveram. Em um modelo multivariado, a única variável associada a um melhor resultado foi a adoção da terapia antiviral nas primeiras 48 horas.
É importante ressaltar que quase metade dos pacientes tinha <18 anos de idade, sendo apenas 5% ≥65 anos. A administração precoce de agentes antivirais foi importante para melhorar os resultados.
Referência:
Jain S et al: Hospitalized patients with 2009 H1N1 influenza in the United States, April–June 2009. N Engl J Med 361:1935, 2009.
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