sexta-feira, 2 de julho de 2010

Características da influenza H1N1 em pacientes hospitalizados em 2009

Jain et al (2009) registraram as características clinicas de pacientes com influenza H1N1 hospitalizados pelo menos 24 horas após o início dos sintomas, nos EUA. O estudo incluiu dados demográficos, história de vacinação, condição médica subjacente, sinais e sintomas, testes laboratoriais, radiografias e tratamento, comparando-se pacients que deram entrada em UTIs ou morreram, e pacientes que não precisaram de terapia intensiva. 13.217 casos de influenza A H1N1 (pandêmica) foram notificados ao CDC no periodo, dos quais 1.082 foram hospitalizados. Destes, 272 pacientes (casos iniciais) foram incluídos no citado estudo. A mediana das idades dos pacientes estudados foi de 21 anos (faixa de 21 dias a 86 anos). Febre e tosse foram os sintomas predominantes, seguidos de diarréia ou vômito (42% das crianças e 37% dos adultos). Aproximadamente ¾ dos pacientes hospitalizados apresentavam uma condição médica subjacente, sendo asma a mais comum em crianças e adultos. 20% das crianças e 9% dos adultos apresentavam transtornos neurocognitivos, neuromusculares ou convulsões. 18 dos pacientes eram grávidas, 4 tinham asma e 2, diabetes. 29% e 30% das crianças eram obesos, com 26 adultos sendo morbidamente obesos. 40% dos pacientes apresentaram pneumonia (R-X).
Dos 268 pacientes, 200 (75%) receberam terapia antiviral que incluiu um inibidor de neuraminidase. A mediana do tempo de início desta terapia foi de 3 dia a partir do início dos sintomas (faixa de 0–29 dias). 79% dos pacientes receberam antibióticos. De 272 pacientes, 67 (25%) foram admitidos em UTIs e 19 (7%) morreram. Destes 67 pacientes, (mediana das idades, 29 anos), 45 tinham uma condição médica subjacente, 42 necessitaram de ventilação mecânica, 24 tinham síndrome de estresse agudo respiratório, e 21 tinham sepsis. Dos 19 pacientes que morreram (mediana das idades, 26 anos; mediana do início da doença ao óbito, 15 dias), 13 tinham condição médica subjacente, tais como doença neurológica, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, ou gravidez. A mediana do tempo de início da terapia antiviral nestes pacientes foi de 8 dias. Todos os pacientes que receberam terapia antiviral nas primeiras 48 horas sobreviveram. Em um modelo multivariado, a única variável associada a um melhor resultado foi a adoção da terapia antiviral nas primeiras 48 horas.
É importante ressaltar que quase metade dos pacientes tinha <18 anos de idade, sendo apenas 5% ≥65 anos. A administração precoce de agentes antivirais foi importante para melhorar os resultados.

Referência:
Jain S et al: Hospitalized patients with 2009 H1N1 influenza in the United States, April–June 2009. N Engl J Med 361:1935, 2009.

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