Eis um parâmetro importante em epidemiologia que nos faz conhecer o potencial epidêmico de um vírus que se propaga em populações. Este parâmetro, chamado de número reprodutivo básico, Ro, denota a capacidade de uma pessoa infectada transmitir o vírus a outras pessoas susceptíveis com as quais entra em contato durante o seu período de transmissibilidade. Ou seja, Ro é uma estimativa teórica do que acontece quando um indivíduo infectado (a “semente infecciosa”) é colocado numa população inteiramente suscedptível.
Se Ro > 1, a transmissão aumentará e teremos uma epidemia. Se Ro < 1, a transmissão não se sustenta e a epidemia termina ou não começa. Se Ro = 1 (valor limiar), a transmissão é endêmica e em incidência muito baixa, cada caso infeccioso é substituído por um novo susceptível.
Ro varia para um mesmo patógeno, uma vez que é dependente da densidade da população exposta. Isto explica, por exemplo, porque frequentemente o Ro de uma infecção é menor em populações rurais. Também pode variar segundo o método escolhido para sua determinação.
Eis aqui alguns exemplos de Ro:
Influenza = 1,3 - 1,7
Dengue = 1,3 – 11,6
Catapora Ro = 2
Sarampo Ro = 8
Malária Ro = 50
Ascaris Ro=5
Qualquer medida de controle que objetive a erradicação de um patógeno deve procurar reduzir seu Ro abaixo do valor limiar, ou seja, Ro < 1. Isto tem importantes implicações quando devemos decidir por uma medida de controle. Entretanto, nem sempre é fácil controlar um patógeno na população. Se um agente infeccioso ou parasitário tem um Ro = 20, será de difícil controla-lo em relação à uma espécie que tem um Ro = 3. deste modo, parâmetro tem também um grande impacto na avaliação do controle de uma infecção na comunidade.
Finalmente, por que Ro chama-se número básico rerodutivo? Quando levamos em consideração uma infecção, não interessa a taxa de reproduçao do agente infeccioso, mas a capacidade de um hospedeiro infeccioso em reproduzir sua infecção na comunidade.
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