Uma alta funcionária da OMS declarou-se supresa e maravilhada, em entrevista aos jornais, ao constatar que o vírus da influenza levava em média 6 semanas para se espalhar de um lado a outro do planeta, quando outros vírus levam mais de 6 meses (sic).
Não há necessidade da ilustre doutora ficar alarmada, pois é assim mesmo que a influenza pandêmica se propaga, incluindo as épocas em que não haviam transportes aéreos, ou ainda quando o único trnaporte eram as patas dos cavalos. E aí é que vem o “x” da questão: por que, em pandemias passadas, incluindo a de 1918-1919, a gripe se propagava com a mesma velocidade de hoje?
Digo apenas o seguintes. Trabalhamos com modelos epidemiológicos, que são apenas modelos e, como tal, úteis na medida em que nos servem de guia para explicar razoavelmente o que acontece, e a partir daí formular-mos estratégias e tomadas de decisão. Portanto, note que a afirmaçao de que o vírus da influenza se propaga com rapidez devido aos meios de transporte intercontinentais rápidos, é um argumento insustentável pela história das pandemias de gripe. Na verdade, esta aparente ou não controvérsia decorre de um fato singular: a suposição de que não existe reservatórios da influenza humana, logo a trnasmissão é rápida e sua progressão pressupõe um rápido deslocamento do hospedeiro virêmico.
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