terça-feira, 26 de novembro de 2013

Nova toxina botulínica


Uma nova forma de toxina botulínica foi recentemente descoberta a partir de isolamento nas fezes de uma criança com sintomas de botulismo. Essa neurotoxina mostrou-se mais potente que as conhecidas e não foi neutralizada pelos soros antibotulínicos conhecidos.  

A toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium botulinum, normalmente encontrada no solo, é extremamente potente e efetiva. Basta apenas um bilionésimo de grama injetado no indivíduo, ou a inalação de 13 bilionésimos de grama para matar uma pessoa adulta. A toxina bloqueia a liberação do neurotransmissor acetilcolina nas placas mioneurais provocando paralisia muscular, que eventualmente leva o indivíduo à morte, particularmente pela paralisia dos músculos respiratórios. O indivíduo pode ser acidentalmente infectado ao ingerir alimentos contaminados pela bactéria.

As vítimas são tratadas com anticorpos monoclonais produzidos artificialmente para cada tipo de toxina botulínica (nomeados de A a G), porém a nova toxina não pertence a nenhum desses grupo, e integra agora um novo grupo, o H.

Embora a sequência do gene que codifica essa neurotoxina tenha sido realizada, o The Journal of Infeccious Diseases decidiu publicar o trabalho sem a divulgação desta sequência. Isso deve-se à política americana de censurar publicações científicas cujos resultados sejam potencialmente perigosos para uso bioterroristas. Segundo o editor da revista, o sequência não foi divulgada porque “não existe ainda uma antitoxina capaz de neutralizar a nova toxina de C. botulinum”. De fato, os autores foram pressionados por agências governamentais americanas para não divulgar detalhes da pesquisa. A idéia de um bioterrorista contaminando uma fonte de alimentos – p. ex., um lote de leite envasado – é um pesadelo ou uma paranóia que assombra os especialistas em biossegurança do governo norteamericano.

Foi também dito que a sequência do DNA codificador da toxina será divulgado tão logo o antisoro seja produzido, e somente então ela será adicionada GenBank, uma base de dados público. O trabalho de Jason R. Barashand e Stephen S. Amon pode ser lido em: